O meu pai é a pessoa que eu conheço que mais sabe de tudo. Às vezes, pensa que sabe, mas vá, são exceções. A verdade é que ele tem sempre opinião e quando alguma coisa se avaria ou é preciso mão de obra mais especializada, é a ele que todos recorremos. Acredito que muito do que sabe, vem da vontade de saber, mas essencialmente, acho que foi da falta de dinheiro que havia na família. Quando não há dinheiro, não há coisas novas e o que é velho é para arranjar, restaurar e tratar o melhor possível para durar muito tempo. É esta necessidade que eu acho que nos alimenta o conhecimento.
Ontem tive de dar uma injeção no meu gato. Se alguma vez tinha dado uma injeção? Não. Mas não havia alternativa e a saúde dele dependia disso. É verdade que me lembrei do que aprendi quando estagiei no Hospital Veterinário do Restelo e sabia a posição em que devia entrar a agulha. Mas entre saber isso e dar realmente uma injeção no ser vivo que se mexe e pode mandar um salto a qualquer momento, vai uma grande diferença.
Quando voltei a respirar, senti um alívio enorme por ter corrido bem. Não me vou sentir mais confiante se alguma vez precisar de voltar a fazê-lo e os nervos vão lá estar na mesma, mas nessa altura, já sei um bocadinho mais do que sabia ontem. Tudo, porque a necessidade me ensinou.
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