Se há coisa que quem tem animais deseja, é que o seu bicho nunca fique doente, principalmente, se tivermos a falar de um gato grande e mau, assim como o meu Flash. Pois que a sorte me bateu à porta e segunda-feira lá fui eu para o veterinário com a minha pequena baleia assassina. Foi preciso uma hora dentro do consultório para se tirar duas pingas de sangue. Duas. Ele rosnou, ele gritou, ele mixou-se todo, mas vá lá, não mordeu ninguém. Claro sinal que não estava nada bem.
Os resultados eram para ter chegado na terça, mas não vieram. Decidiu-se começar a medicar para a doença que parecia mais óbvia: crise hepática. E eis que começa o meu pânico quando a medicação que tinha de dar passava por dar uma injeção! Mas lá está, é preciso, uma pessoa faz. Acho que o truque é dizer com conficção "sim, claro que sou capaz" e no momento, suster a respiração, não vá o ar expirado fazer com que o gato mande um salto.
Na quarta chegaram os resultados e confirmaram-se os problemas de fígado. Neste momento não é dramático, mas rapidamente pode transformar-se numa lipose hepática e aí muda tudo de figura. Por isso, temos de atacar com tudo o que é possível e isso passa pela alimentação especial e medicação. E se na alimentação estou relativamente descansada, na medicação a coisa pia mais fininho. De agora em diante e durante um mínimo de UM MÊS, é preciso dar:
- Uma injeção (terça e ontem levou uma, sábado leva outra. Estou a pensar colocar este tipo de experiência no meu currículo).
- Um comprimido que nem me lembro para o que é
- Meio comprimido de um protetor gástrico
- Um comprimido de um protetor hepático
- 4ml de xarope que também é um protetor qualquer (acho que dos 4ml, 3 ficam espalhados no pêlo do gato e na manta, 1 entra para o bucho).
Na terça e na quarta a coisa correu tão bem que ficámos todos admirados, mas ontem a coisa complicou-se, com comprimidos a serem cuspidos e unhacas a serem cravadas nas mãos do meu pai. Se em menos de uma semana já estamos assim, não sei como vai ser durante o resto do mês. Mas pronto, há que ver o lado positivo, é sinal que se sente melhor. Aliás, está tão mais espevitado que até já foge de mim quando me vê. E rosna. Ui se rosna.
Agora, falando um bocadinho mais a sério da doença. Se num cão não faz mal estar um dia ou dois sem comer, nos gatos não é bem assim. Principalmente, se forem gatos gordos. O seu sistema fica de tal modo alterado, que o fígado começa a trabalhar mal. E depois torna-se um ciclo vicioso. Os gatos ficam enjoados porque não se sentem bem, não comem, quanto menos comida, pior o fígado e pior se sentem. Por isso, quanto mais cedo se detetar esta falta de apetite, mais depressa se previne um problema que se pode tornar fatal.
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