A idade tolda-nos a visão do amor. Aquelas frases feitas, tão na moda agora e que antes chamávamos de "pirosice", são afinal verdades e que a cada ano que passa, mais verdadeiras.
Lembro-me de ser adolescente e achar que a vida (leia-se, coisas boas) acabava aos trinta. Que por essa altura, as pessoas eram velhas e sem interesse. Lembro-me também, de fazer aqueles joguinhos de menina, tipo "previsão do futuro" e escolher sempre uma data longínqua para o casamento. Escolhia os 28 anos. Onde é que eles já vão...
Na fase dos 20, apercebemo-nos que afinal, o melhor parece que ainda está para vir. Mas ainda assim, os 30 continuam a marcar o limite. Os meus pais tinham um amigo, um pouco mais novo que eles, que se divorciou e arranjou depois uma namorada. E era vê-los abraçados, de mão dada e aos beijos. E aquilo fazia-me muita confusão, porque, lá está, eram "velhos" e não era suposto acontecerem essas coisas aos 30 e tal, 40 anos.
Mas o tempo passa e começamos a perceber o quanto estávamos errados. Não me esqueço de ir na rua uma vez, atrás de um casal de velhotes de mão dada. Eu já ia a sorrir só de ver, mas nisto, ele pára só para lhe dar um beijo. E aquilo foi para mim a coisa mais romântica e amorosa que já tinha visto em tempos. Encheu-me de felicidade e marcou-me até hoje.
Eu acredito que "O amor acontece", que "O amor não escolhe idades" e mais ainda que "O amor está nos pequenos gestos". Porque é verdade. E é por isso que acho que o amor deve ser festejado. Mas sem grandes festas, porque o amor a sério, está nas pequeninas coisas que fazemos com a pessoa que mais gostamos.
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