Se calhar, já começo a parecer chata, sempre a falar do mesmo, até parece que gostei daquilo, mas há uma ou duas coisas que acho que ainda devia dizer e eventualmente, pode dar jeito a alguém. Por isso, segue uma listinha de "notas soltas" para os interessados:
- Repelente e mais repelente. É usar e abusar e mesmo assim, duvido que não sejam comidos vivos. Mas não levem um repelente qualquer, levem o que tem a substância Deet, própria para o mosquito da malária.
- Euros, muitos euros. Para além de serem aceites em todo o lado, as coisas não são baratas, ao contrário do que se pode pensar. Exemplos:
- Excursão rota sul: 65€/pessoa
- Excursão rota sul: 40€/pessoa
- Uma garrafa de água: cerca de 3€
- 200gr de café: cerca de 2€
- Chocolates: entre 5 e 12€
- Esqueçam a roupa "para quando estiver mais fresquinho". Não vai estar nunca.
- Bebam água de coco, mesmo que achem que não gostam muito. Eu também pensava isso, com base na que bebi no Brasil e depois mudei de ideias. É mesmo muito boa.
- Conheçam a ilha com guia. Não é por uma questão de segurança ou dinheiro, é mesmo por falta de placas com indicações para as coisas. É que não há. Nos acessos às praias, principalmente, é preciso sair-se da estrada principal e meter o carro num caminho que passa totalmente despercebido para quem não sabe. E há também troços de estrada que não são para qualquer condutor...
- Não é um destino para crianças, muito menos, de colo. É o que acho. No Ilhéu das Rolas ainda admito que é possível passear e usufruir das praias com miúdos, mas em São Tomé não. As excursões são muito cansativas e ficar os dias todos no hotel, quando há tanto para conhecer, é um desperdício.
- Desçam uma estrela à classificação dos hotéis, só para o "choque" não ser tão grande. Não é que as coisas sejam más, longe disso, mas um 4* em São Tomé, não é equivalente a um 4* cá, na Europa ou nos países sul americanos que vivem do turismo. Em São Tomé, o turismo parece que ainda é novidade e há muita coisa a ser melhorada. Desde coisas simples, como colocar uma plaquinha com nome nas comidas servidas no buffet, ao mais chato, que são as casas de banho (precisam de muita remodelação).
- Não ofereçam nada às crianças que vos abordam. É muito comum verem um turista e gritarem "Doce", sinal que ser-se branco naquela terra significa rebuçados grátis. Acredito que as intenções de quem dá sejam boas, cheguei a ver bem de perto quem tivesse trazido uma mala de viagem cheia de coisas para dar, mas não se deve chegar a uma roça, por exemplo e começar a distribuir o que for, sejam roupas, cadernos ou rebuçados. Porque os que lá estão recebem e os outros, que até podem estar na escola, não vêm nada. E isso acaba sempre por gerar maus hábitos. Por isso, é preferível entregar a instituições.
- Sejam simpáticos com as pessoas que vos abordam. Ao contrário de noutros países, Cabo Verde, por exemplo com os senegaleses, as pessoas são muito simpáticas, educadas e pouco insistentes, mesmo quando vos querem vender qualquer coisa.
- Compras... Lembro-me quando estive no México e na República Dominicana, que toda a excursão incluía uma paragem numa lojinha para comprar recordações. Em São Tomé, não há nada disso. Para além do artesanato que se vendia no ilhéu, não passei por mais sítio nenhum onde pudesse comprar qualquer coisa. Cheguei a dar por mim no "Pingo Doxi" da cidade para comprar um pacotinho de café e foi porque no fim da última excursão, o guia precisou de ir ao supermercado comprar fraldas. Por isso, mais vale começar cedo a perguntar onde é que se pode comprar café, chocolates, chás, doces de fruta, bijuteria, o que for.
- Leve-leve. É o modo de vida deles e aquele que devemos adotar. Calma e paciência, mesmo depois de chamarmos um empregado cinco vezes e ele insistir que não é nada com ele. Riam-se, porque tudo isto faz parte e são recordações que trazemos connosco.
- Nunca esquecer que é um país pobre em dinheiro (embora rico em tanta coisa boa) e que por isso, nem tudo são maravilhas. Devemos deixar as nossas modernices e comodismos de lado e desfrutar de um país simples onde muitas coisas são ainda rudimentares. Mesmo quando falta a água em alturas de muito aperto...
E a modos que é isto. Para quem gosta de praia, de natureza, de animais, de andar sempre de chinelo no pé, de calor e de vida simples, é uma viagem que recomendo. Quem é picuinhas, é melhor ir para outro lado.
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