Ontem o meu carro não quis pegar. Uma tentativa, duas tentativas, três tentativas e nada. Não pensei duas vezes, liguei ao meu pai. Ele coitado, que estava de férias e a dormir, atendeu-me meio atordoado mas rapidamente disse que devia ser problema de bateria e que já aí vinha. E 15min depois ali estava ele, na minha garagem e a mandar-me abrir o capô. Foi quando reparei, que vinha de pantufas calçadas. Ri-me e meti-me com ele. Quis despachar-se tão rápido que nem perdeu tempo a calçar uns sapatos.
Ficou como meu carro o resto do dia. Andou para a frente e para trás, a ir aqui e ali à procura dos melhores preços de baterias e no fim, a montá-la. Entregou-me o carro às 17h da tarde do dia que ele tinha planeado ir a Serpa. E eu passei o dia a sentir-me culpada porque lhe lixei os planos. Porque lhe dei mais um pincel para resolver. Porque lhe liguei a pedir ajuda. E porque sou obrigada a dar-lhe razão quando ele diz que eu só lhe ligo quando tenho problemas.
Mas os heróis são assim. Estão lá sempre que é preciso. Não dizem "não me ligas à um mês e agora queres ajuda, é?". Largam tudo e vêm. E o meu pai é o meu herói. É quem me salva e orienta quando tenho problemas. E não precisa de um fato especial. Até de pantufas faz magia.
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