Já estive em vários sítios perdidos no nada, mas acho que nunca estive num sítio tão isolado. O Hotel Rural Monte Xisto fica literalmente, no fim do mundo. Não há nada em redor a não ser campo e meia dúzia de árvores. Podemos esquecer o telemóvel porque 90% do tempo, ele não vai funcionar.
O hotel é sui generis. Não esquecendo que é um hotel rural, tem coisas muito boas e que pouco ou nada se vê noutros sítios e outras que não se percebe bem o que é que fazem ali. Vejamos:
- Tem lugares de estacionamento para carros elétricos (com carregador, obviamente). Isto é muito à frente e não se espera encontrar num hotel rural perdido em terras alentejanas.
- Tem um campo de padel e um circuito de manutenção (que eu usei quase todos os dias). Milhões de pontos para isto, já que nessa altura em estava a virar um barril e bem que precisei de exercitar. E se pensarmos que ali à volta não há nada, é um bom modo de passar o tempo.
- Todos os acessos estão preparados para pessoas em cadeira de quatro rodas. Piscina incluída.
- Estão à disposição bicicletas diversas para pegar e levar. Infelizmente, estavam todas com os pneus nas lonas.
- Como a casa principal é ainda distante dos quartos, a dona usava uma moto 4 para se deslocar. Nível!
- Os quartos são enormes mas a decoração é muito "tudo ao calhex". Aliás, já na receção se percebe que há demasiados objetos por todo o lado, tudo muito tribal mas nem sempre a combinar.
- No nosso quarto, havia modems de todas as operadoras e voilá... não havia rede. Aliás, o hotel tinha umas 10 redes wireless disponíveis e entre as que nem sequer ligavam, as outras não funcionavam. Giro é que havia um papelinho no quarto, escrito à mão, com as dezenas de passwords possíveis.
- A piscina era muito boa. Excelente para nadar de uma ponta à outra sem se bater com as pernas ou os braços no fundo.
- A zona envolvente estava muito seca. Bem sei que quase todos os dias estavam 40º e que colocar rega naquela extensão toda não deve ser barato, mas mata um bocadinho a vista ver aquilo assim.
Resumindo, tem detalhes de quem se preocupa em fazer a diferença, como o parque para carros elétricos e os acessos a cadeiras de rodas, mas depois, há algum desleixo no resto.
E isto de estar hospedado no fim do mundo, rodeado de campo também tem disto:
Vinha eu do meu exercício e vejo uma coisa a passar e a fazer barulho. Fui ver e era esta cobra gigante!! Se calhar, bem esticadinha, tinha só uns 50cm, mas que se fazia ouvir, fazia. E não resisti, fui buscar a máquina ao quarto (que era logo ao lado), irritei um bocadinho a bicha, mas tirei-lhe uma foto. É que não é todos os dias que se vê uma cobra. E pelo que pesquisei agorinha mesmo, baseada no aspeto dela, acho que esta menina é uma Cobra de Água Colar. Uma fofinha, portanto.
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