Não deve haver sítio mais cool, in e coiso, nesta cidade. O Bairro do Avillez chegou e marcou pontos como poucos. E eu, moça chique que sou, tinha que ir ver com estes olhos e aprovar com estas papilas gustativas, se era assim tão espetacular como se dizia. E olha, é.
Assim que se entra, percebe-se logo o nível, com o Salvador Matinha e o César Mourão ali na fila à espera. Estou a brincar, não tem nada a ver (mas eles estavam lá). A entrada é muito gira. De um lado, uma parede inteira de azulejo pintado com caras de leitões malucos e peixes esquisitos e toda uma salganhada de cores gira gira. No lado oposto, é ver santolas, mais peixes e legumes diversos, ao estilo Bordallo Pinheiro, pendurados no teto. E em frente, presuntos com fartura! É mesmo engraçado. Esta entrada dá acesso à Taberna e à Mercearia do Bairro, porque seguindo por um corredor, fica o Pateo, um átrio enorme, rodeado de "casinhas" típicas, muito muito bonito.
Eu escolhi a Taberna para jantar já que achei a ementa mais do meu agrado. E vieram para a mesa muitas iguarias:
- Jarro de sangria
- Tábua de enchidos (eram três variedades, mas só uma é que foi espetacular).
- Couvert (se não tivéssemos pedido, tínhamos comido os enchidos sem pão, o que me parece ridículo...).
- Azeitonas explosivas
- Empada de cozido
- Croquetes
- Migas de tomate e espargos
- Prego
- Caramelo salgado
Estava tudo muito bom, mas tenho de destacar o prego. Aquela carne é qualquer coisa divina. É de tal modo tenra, que não fosse o sabor, uma pessoa nem sabia que estava a comer um bife. E adorei a empada de cozido (e eu nem gosto de cozido). O caramelo salgado é a sobremesa mais comentada em tudo o que é site de reservas e são largos os elogios que se dizem, mas eu, que até tinha visto o aspeto na mesa do lado, não fiquei com grande vontade de experimentar. Só que o empregado convenceu-me. O facto de ter várias texturas torna-a especial, sem dúvida, mas talvez por não ser muito doce, não me convenceu muito. É uma boa sobremesa, claro, mas aquele amargo natural do caramelo não me encheu as medidas.
Falta-me falar das azeitonas. Eu pensava que o "explosivo" significasse picante, mas nada a ver, elas explodem mesmo na boca. Acho que vale a pena pedir apenas pela experiência, porque eu, sinceramente, não gostei nem do sabor, nem da textura. Mas... mais uma vez, foi um empregado (outro, eles são imensos) que nos explicou o processo, tornando tudo muito mais interessante. Sabem aqueles restaurantes de comida molecular? Basicamente, é isso. Estas azeitonas são feitas com processos e elementos "químicos" que lhe dão um aspeto e particularidades diferentes. Deve ser muito engraçado de fazer.
No final, a conta é um bocadinho escandalosa se pensarmos que comemos "apenas" petiscos. A verdade, é que nada é verdadeiramente caro (a tábua foi o mais caro a 15€) mas como as doses são pequenas, pedem-se várias coisas e tudo somado... Mas recomendo. O espaço é mesmo giro, a comida boa e dias não são dias. E ainda hei-de voltar para experimentar o Pateo!
Ficam umas fotos (que não são minhas) mas que mostram o giro que o espaço é:
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