Há uns dias, encontrei no meu caminho uma pinha cheia de pinhões e tive assim uma espécie de flashback que me levou aos tempos em que era miúda, com sei lá, 6 anos (?), em que me sentava nos degraus do quintal da minha avó paterna e me divertia a descascar pinhões. Lembro-me de ficar com os dedos tão pretos como os degraus. E pronto, não foi preciso mais, apanhei a pinha, juntei mais duas e no fim de semana passado fui matar saudades.
Curioso como a nosso memória só guarda algumas partes das recordações. Quando peguei na pinha, não me lembrava como é que se tirava os pinhões lá de dentro. Tinha-me esquecido por completo que tinha de bater com a pinha na pedra para os pinhões começarem a saltar (em várias direções, diga-se). Já com os dedos todos cheios de resina e pretos, comecei a martelar. Também não me lembrava da força que é preciso fazer para a casca dos sacanas dos pinhões partir. E depois de acertar várias vezes nos dedos só me ocorria "mas como é que a minha mãe me deixava fazer isto em miúda?!". No fim, nem o fundo de um pires consegui tapar com a meia dúzia de pinhões que se aproveitaram. Na minha recordação, isto era muito mais divertido.
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