Já dizia o ditado "Quem vê caras, não vê corações" e o mesmo pode ser aplicado a restaurantes. O Himchuli é um restaurante nepalês com uma decoração muito típica. Há azulejos de casa de banho, mais cadeiras que espaço nas mesas, resquícios de decoração natalícia e pendurado nos candeeiros, uns lenços escritos à mão com uns trezentos anos de idade e pó.
Mas o que importa isso quando a comida é excelente? E o serviço de uma simpatia natural de quem nasceu mesmo no Nepal? Não significa nada, por isso, falemos do que realmente importa.
Para entrada, pedimos o pão fofinho com alho (Lasuna Roti) e chamuças (Dhaulagiri Sigada) mas quando menos esperávamos, foi-nos gentilmente oferecido pela casa, uma espécie de tortelini nepalês, chamado Momo. Foi tudo devorado com máxima satisfação, acompanhado de uma lassi de manga e um chá nepalês. O curioso deste chá é que cheira aquela pomada do chinês, aquela que vem numa caixinha redonda e pequenina e que se chama Tigre, ou algo que o valha. Mas depois cai muito bem com a refeição.
Para prato principal, escolhi gambas com caril (Jhinge Macha Ásia). É favor não confundir com caril de gambas. Primeiro, porque não traz miolo de camarão, mas sim quatro grandes camarões. E depois o molho é cor de laranja. Acompanhado de arrozinho branco, é uma delícia.
Na escolha da sobremesa houve alguma dificuldade e tivemos que recorrer à simpatia do senhor nepalês que nos orientou para o doce da casa (Ghar Ko Mithai). Segundo ele, é o único doce presente nos casamentos nepaleses. E na minha opinião, não é preciso mais. Este doce é muito bom! Feito com sementes de cardamono, que nunca tinha provado, foi uma boa surpresa.
Terminámos com um licor, mais uma vez, oferecido pela casa.
A conta, que costuma ser a pior parte, acabou por ser tão simpática como o serviço. Não vou dizer preços, mas tendo em conta tudo o que comemos, está muito abaixo da média.
Recomendo vivamente. Idem ao Humchuli, que não se vão arrepender.
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