Sair de Mowani custou muito, adorava ter ficado mais um dia para poder ir em busca dos elefantes do deserto e aproveitar aquele pedaço de paraíso. Mas o novo destino estava traçado: Etosha National Park! Não me recordo de quantas horas levámos desta vez, acho que quatro, mas foi a viagem mais tranquila porque grande parte foi feita em alcatrão.
O Etosha, por ser uma reserva protegida, requer pagamento à entrada. O valor a pagar depende do número de dias de alojamento e não é incluído no pacote, ou seja, é uma despesa extra que tem de se ter em conta. Existem vários alojamentos fora do parque, mas nós optámos por ficar dentro, duas noites no Okaukuejo e uma noite no Namutoni. Pessoalmente, acho mais prático e evita-se as filas e pagamentos nos portões.
No Etosha, os animais andam livres. Não há separações nem redes e por isso, assim que se passam os portões, tudo é possível. E nós tivemos uma sorte do caraças! Mal entrámos, tivemos que parar o carro porque vinha lá uma manada de elefantes. É sabido que os elefantes não se desviam, por isso, convém dar espaço e deixá-los passar. Não consigo descrever a sensação que é estar perto de um animal assim. Vê-los a passar à nossa frente calmamente, ver como protegem os mais juvenis, que são amorosos, tontos e trapalhões, ver como seguem o seu caminho indiferente a nós. Ver como somos pequeninos.
Após o check-in em Okaukuejo (um bocado caótico, diga-se), ainda deu para sair e fazermos o nosso self drive safari. Algumas notas importantes:
- Os resorts estão murados e têm um portão para o exterior. O portão abre ao amanhecer e fecha ao anoitecer. Todas as pessoas alojadas devem respeitar este horário, sobre pena de ficarem do lado de fora e à mercê da natureza
- O mapa, que tem de ser comprado numa das lojas do resort, tem todas as indicações necessárias para se poder fazer o safari em segurança. As indicações na estrada, escritas a pinta, precisam de alguma manutenção mas seguindo o mapa, é quase impossível alguém perder-se
- Seja self drive, seja em excursão, NUNCA se pode sair do carro. Tipo, nunca mesmo. Porque nós, seres com a mania que somos superiores, não sobreviviamos no meio destes animais todos um dia sequer. Trust me!
- Quando se vê um carro parado na berma, deve-se parar também. É meio caminho andado para se conseguir ver algum animal. Claro que a outra pessoa pode estar só a descansar, a ver o mapa ou a comer um snack, mas a probabilidade de ele ter parado por ter visto um animal que nós não íamos dar conta, é mesmo muito grande
Neste primeira pequena viagem, voltámos a avistar uma familia de elefantes, muitos Springboks, zebras, rinocerontes e provavelmente outros, que não recordo agora. Mas o que não vimos durante o dia, tinhamos oportunidade de ver à noite. É que em Okaukuejo existe um water hole com acesso privilegiado aos hóspedes, onde todas as noites se juntam imensos e diversos animais. Até patos!
Antes das fotos do dia, um pequeno à parte... o Etosha e respetivos resorts são geridos pelo Estado e eventualmente, é isso que justifica o caos burocrático que se vê em todo o lado, do check-in ao jantar. Ao fim de sete dias em que tudo correu lindamente e sem confusões, aqui reina a confusão. Especial paciência para o jantar (que é buffet, imaginem se não fosse!).
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