Andei a fugir às corridas durante muito tempo. Depois, no início deste ano, decidi recomeçar, em modo leve e pela manhã fresca (e gelada, nalguns dias) mas fartei-me em poucos meses. Quando os meus colegas criaram o "Mexe-te" fiquei ali no limbo, entre o "devia ir que me bem preciso" e o "odeioooooo correrrrrrrr", mas fui e não faltei ainda uma única vez. E algures a meio da semana passada vi publicidade à corrida Terry Fox. Eram "só" 7km e eu já tinha conseguido fazer 6. Não sei o que me deu, mas quis inscrever-me, quis mesmo. Foi quase sinistro.
A corrida foi no sábado, às 19h. Durante o dia perguntei-me inúmeras vezes porque raio me quis inscrever numa corrida de 7km logo num dos dias mais quentes do ano. Eram 17h da tarde, estava no parque das nações sentada numa pedra que fervia e o telemóvel marcava 35º. Ainda não tinha feito nada e já suava. Escusado será dizer que o prognóstico não era bom. A corrida lá começou e até fiquei surpreendida, já que até ao quilómetro 4 a corrida foi quase sempre à sombra, havia uma brisazita, até não estava um horror completo. Mas como em tudo na vida, não se pode elogiar muito e seguir toma lá um quilómetro inteiro, com sol dos pés à cabeça. Mal dava passo quando cheguei ao quilómetro 5 e foi quando decidi parar. Já ia a piorar o tempo, por isso, "que se lixe" foi o que pensei. Fui a andar uns 500 metros até recomeçar novamente. Terminei com 48min, que dá basicamente 7min/km. Para quem não tem noção, pode-se dizer que é muito mau.
Mas no fim, depois de muita água e um corneto de limão (bastante bom, por acaso), voltei a sentir o que sentia antes: dever cumprido e menos remorsos pelas porcarias que como. Quem sabe, talvez volte a inscrever-me noutras.
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