O Palácio Chiado

Gosto muito de edifícios antigos. Sejam igrejas, palácios, castelos ou simplesmente, casas rústicas com aquelas lareiras grandes antigas, o chão de azulejo colorido e janelas altas de madeira. O nosso país é rico nestas coisas, porque já foi muito rico em dinheiro e excêntricos é coisa que abundava por aí. Eu fico embasbacada com a criatividade desta gente. Já quando fui ao Palácio de Monserrate e ao Challet da Condessa, fiquei a pensar no que vai na cabeça de uma pessoa para se lembrar de mandar fazer aquelas coisas. Devo ser mesmo básica. 

Mas tudo isto para dizer que quando se falou na inauguração do Palácio Chiado, eu decidi que tinha de lá ir, ver com os meus olhinhos o que as fotos que circulavam na internet mostravam. E só tenho uma coisa a dizer: aquilo é lindo!

O Palácio Chiado tem uma história imensa de gente rica e festas de arromba, mas como em tudo na vida, a coisa acaba e ficou fechado largos anos até duas almas se lembrarem de o reabrir "em grande". O mote era transformar o espaço numa espécie de Mercado da Ribeira, mas de deixar o comum mortal de boca aberta. Eu não sei em que estado é que o palácio estava quando pegaram nele, mas seja lá o que lhe fizeram, fizeram muito bem. O piso de baixo quase se pode dizer de banal mas assim que se avistam as escadarias para o primeiro piso, já nada é simples. As paredes (todas mesmo) são a tela de um quadro. Não há um único espaço em branco. O mesmo acontece com os tetos. Pinturas e relevos gigantes. Em todas as salas. É magnífico.

Eu andei a passear por ali (de copo na mão) verdadeiramente embasbacada. Depois, quando uns simpáticos turistas nos "ofereceram" a melhor mesa do palácio, à janela e virada para o largo, sentei-me e continuei a apreciar a maravilha onde estava. Só caí na realidade quando meti à boca o melhor presunto que já passou por estas papilas gustativas. Para quem gosta de enchidos, a tábua Quintela é como o palácio, uma obra de arte.

Não sei o que implica tornar um palácio privado em algo aberto para todo o público, mas devia acontecer mais vezes. De certeza que não faltam por aí espaços assim, verdadeiros monumentos de arte, fechados e a deteriorar.

Resumindo e baralhando, é um spot a conhecer, mesmo para quem não queira comer nada, ou não se considere grande apreciador de arte. Há coisas que não deixam ninguém indiferente.



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